Uma saída para as Cidades
A tecnologia está revolucionando a maneira de pensar e fazer negócios, mas ainda não deslanchou quando pensamos na sua utilização para melhorar a vida nas cidades. Mesmo diante de tantas inovações tecnológicas apresentadas nos últimos anos ainda são raras as iniciativas de maior abrangência que busquem aliar novas tecnologias para sanar problemas que há décadas atormentam as pessoas que vivem nas cidades.
Sejamos francos: a Inovação acontece quando nos deparamos com um “problema” que não possui uma solução com as ferramentas que temos disponíveis. O objetivo aqui não é discutir “inovação” em si, mas simplesmente apontar uma situação peculiar: mesmo com tantos problemas evidentes não vemos uma onda de empreendedores dispostos a solucionar as questões relacionadas às cidades.
MAS POR QUE?
Conversei com um amigo ligado “ao mundo das Start-ups” e a resposta dele foi verdadeira e triste. Disse ele:
“Para resolver os problemas das cidades as empresas teriam que fazer convênios com as prefeituras e sempre que misturamos política com negócios a lógica do “melhor produto fica” não se concretiza”.
Ou seja: mesmo com uma infinidade de situações que poderiam estar sendo debatidas as novas empresas não acham vantajoso se aventurar nesse ecossistema.
O que fazer então para mudar essa situação?
Precisamos, antes de mais nada, tomar consciência que nossas cidades “precisam aprender” para se tornarem inteligentes. O famoso termo “smart city” entrou na moda e defende que cidades inteligentes usem a tecnologia para melhorar a infraestrutura urbana e tornar os centros urbanos mais eficientes e melhores de se viver.
Esse esforço, portanto, vai partir tanto do setor público quanto do privado. Pelo setor público vem a tarefa de incorporar novas formas de regulação e fomentar parcerias com o setor privado para propiciar investimentos. Do setor privado urge a tarefa de continuar analisando os problemas que se apresentam e propor soluções ou projetos que levem esse conceito adiante.
O ideal seria que os Estados ou então conjuntos de cidades unissem esforços e financiassem projetos em conjunto (e em conjunto com mais entidades, se possível) para diminuir os custos e dar maior abrangência às iniciativas. É legal um bairro ter sensores que monitoram o tráfego ou avisem quando as lixeiras estão cheias e precisam ser esvaziadas, mas o ideal é que essas ideias ganhem amplitude e saiam do status “protótipo” para o status “FUNCIONANDO A TODO VAPOR”.
É preciso criar um modelo padrão para a implantação desse tipo de projeto nas cidades para que não precise se discutir tudo de novo cada vez que uma nova ideia entre em pauta. Tornar as cidades receptivas às inovações propostas pela iniciativa privada é o primeiro passo para acordos futuros nos quais, aí sim, valores e contratos possam ser discutidos nos quais ambas as partes saiam beneficiadas.
Fica então aqui meu apelo: não desistam das cidades! Elas são um campo quase que infinito de possibilidades de melhorias e as pessoas que vivem nelas realmente precisam de novas soluções para problemas nem tão novos assim.