As diferenças entre a Olympikus e as Grandes (Nike, Adidas, Under Armor, etc)
Com a Copa do Mundo eu tenho ficado um pouco mais tempo que o de costume na frente da TV. Não necessariamente para assistir os jogos (porque são no horário de expediente), mas na maioria das vezes ao avançar da noite quando a casa já está em silêncio. Nesses momentos, além de escutar os comentaristas falando por horas e horas sobre as mesmas coisas, eu acabo prestando atenção nos comerciais e um deles tem me chamado a atenção pela maneira como foi bem feito e pela ideia que ele passa.
Eu particularmente achei a ideia muito boa porque trata o esporte como dele deve ser: libertador. Independente do nível que você está executando, você deve dar o seu melhor e tirar proveito de todas as coisas boas que ele pode te proporcionar.
E aí eu lembrei de um outro comercial que a Nike fez falando algo parecido, trazendo o conceito que a grandeza não está no DNA, mas nas atitudes que tomamos no nosso dia-a-dia.
E aí vem a discussão que eu gostaria de propor.
Se olharmos os dois comerciais eles não falam de coisas tão distintas assim e a produção não é tão diferente a ponto de diferenciar uma marca da outra no que diz respeito à qualidade do material criado. No entanto, no final do mês, os rendimentos que a Nike tem continuam sendo incrivelmente maiores que os da Olympikus.
Há alguns dias li numa reportagem da Exame que o Brasil tem poucas empresas que se destacam no cenário internacional e quando reparei no comercial da Olympikus notei exatamente isso. Salvo algumas excessões as nossas empresas/marcas não desenvolvem a ousadia de se aventurar mundo afora e buscar mercados maiores. Acabam se colocando numa posição de “2o lugar” diante das poderosas internacionais e se tornam a marca da “ocasião” e não de “desejo” dos consumidores, mesmo tendo produtos e capacidades para ser vista como tal.
Há alguns anos a Olympikus até tentou patrocinar o Flamengo, mas ao ver que a parceria não continuou presumo que os resultados esperados não tenham sido atingidos. Oras, de nada adianta gastar uma fortuna no time com a maior torcida do Brasil se esta mesma torcida tem um “ticket de compra de produtos oficiais” baixíssimo. Não acredito que a estratégia de investir no futebol tenha sido errada, mas com certeza faltou planejamento para executá-la de maneira eficiente e resiliência para aprender com os erros e continuar.
Por outro lado vemos a Under Armor que até poucos anos era desconhecida pelo público brasileiro ganhando espaço nas lojas nos mais variados tipos de materiais esportivos, tornando-se fornecedor de material esportivo de grandes times e por aí vai. Por que pra Under Armor essa estratégia está dando certo e pra Olympikus não deu?
Infelizmente essas questões eu não consigo e nem tenho a pretensão de responder, mas eu gostaria de ver uma marca esportiva brasileira sendo protagonista no mercado mundial. O caminho obviamente passa por investimentos bem feitos e a sua correta utilização, como por exemplo lapidar atletas promissores e que podem se tornar embaixadores da marca, posicionar-se nos locais onde o público formador de opinião está e tomar conta das mídias sociais com estratégias bem pensadas são apenas algumas ações que podem/devem ser realizadas.
Fato é que ficar somente na defensiva nos deixa vulneráveis às ações dos nossos concorrentes. Se eles forem mal até sobra alguma coisa, mas quando eles vão bem fica difícil fechar as contas.